Como Algarvia de Gema que sou, o folar típico do Algarve faz parte do meu crescimento e da minha infância, adolescência , etc,etc.
A minha avó foi a melhor padeira que conheci, quando digo foi, não que já não esteja cá, graças a Deus tenho ainda as minhas 2 avós, mas a saúde já não permite que ela o faça. (Recentemente perdi foi a minha avó do coração como eu costumava chamar).
Todas as semanas lá amassava á moda antiga ou á moderna e eu cresci a vê-la fazer isto num forno de lenha reclamando com o meu avô , e havia sempre um pão com chouriço ou uma costinha pra neta, depois para o outro neto(meu primo e afilhado) , infelizmente os bisnetos já não apanharam esta felicidade.
Mas na altura da páscoa, no sábado antes era dia de fazer folares, tudo a pé para ajudar, a minha parte era a de Besuntar as panelas, tachos e ovos. Posso dizer que odiava e reclamava sempre mas também era sempre a primeira a chegar no ano a seguir. Ainda hoje quando como um folar me lembro disto e nenhum me sabe como os dela.
Há um episódio engraçado, o meu filho mais velho nasceu no dia de Páscoa a 20 de Abril, e nesse sábado(mesmo agora á 9 anos) talvez já dos últimos cumpriu-se o ritual e os folares foram feitos, lembro-me de na tarde ela estar perto de mim para eu comer uma fatia do folar e eu já não querer comer, pois já sentia contracções e não lhe queria dizer nada para não a preocupar, claro que á 00.12 da noite nasceu o bisneto e ela ficou toda contente...
Hoje já com os seus 83 anos e um pouco debilitada continua aquela senhora um pouco refilona, mas com uma memória incrível, no entanto não me consegue dar a receita dos folares, pois eram sempre feitos em grande quantidade e um pouco a olho. Eu se fizesse era 2/3 no máximo.
Isto para mostrar a seguir, que o post já vai longo dos folares que fiz com a minha mãe.
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